PACIENTE CHAGÁSICO: MEGACÓLON E MEGAESÔFAGO – RELATO DE CASO

Autores

  • Marina Augusta Cirino Ruocco Nutricionista Graduanda do Curso de Nutrição do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP – Botucatu/SP Autor
  • Juliana Geraix Nutricionista Doutoranda do Departamento de Doenças Tropicais da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP. Responsável pelo Estágio em Nutrição Clínica e Membro da Comissão Multidisciplinar de Terapia Nutricional do Hospital de Bauru. Autor
  • Ana Paula Alves Pereira Nutricionista Clínica do Hospital Estadual de Bauru/SP. Autor
  • Anderson Marliere Navarro Docente do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina – USP – Ribeirão Preto/SP Autor

Palavras-chave:

doença de Chagas crônica, megacólon, megaesôfago, nutrição parenteral, desnutrição

Resumo

A doença de Chagas na forma crônica pode acarretar alterações no estado nutricional do indivíduo, podendo levar à desnutrição. O presente estudo teve como objetivo relatar a evolução nutricional e conduta dietoterápica de um paciente com megacólon e megaesôfago chagásico internado no Hospital Estadual Bauru/SP, antes e após cirurgia de retossigmóitectomia e cardiomiotomia. Paciente, branco, masculino, de 60 anos com queixa de regurgitação alimentar, apresentava-se desnutrido e com obstrução intestinal no momento da internação. Realizou-se avaliação nutricional semanalmente por meio de indicadores antropométricos (peso, índice de massa corporal, dobra cutânea triciptal e circunferência muscular do braço) e bioquímicos (albumina e linfócitos séricos). Foi indicada nutrição parenteral; devido à obstrução intestinal, disfagia e recuperação do estado nutricional, em conjunto à nutrição enteral para manutenção do trofismo intestinal durante os períodos de tolerância, até evolução para via oral após a cirurgia. Inicialmente, o paciente apresentou déficit ponderal e da albumina sérica, sem presença de edema e alterações bioquímicas, provavelmente devido à alta oferta energético-protéica. Após adequação das necessidades nutricionais, verificou-se aumento ponderal e da concentração sérica de albumina, sendo mantida a melhora do estado nutricional após alta hospitalar com dieta via oral exclusiva. 

Referências

A.S.P.E.N. – Board of Directors: Guidelines for the Use of Parenteral and Enteral Nutrition in Adult and Pediatric Patients. JPEN J. Parenter. Enteral Nutr. 1993; v.17, suppl., p. 1SA52SA.

BAXTER, Y.C., Waitzberg DL. Nutrição oral nas afecções digestivas cirúrgicas. In: Waitzberg DL. Nutrição oral, enteral e parenteral na Prática Clínica. 3. ed. São Paulo: Editora Atheneu; 2004. p.481-512.

CARUSO, L. Distúrbios do trato digestório. In: Cuppari L. Nutrição: Guia de medicina ambulatorial e hospitalar UNIFESP/Escola Paulista de Medicina. Barueri, SP: Editora Manole; 2002. p. 201-19.

CRONK, C.E., ROCHE, A.F. Rade and Sex-specific reference data for tríceps and subscapular skinfolds and weight/stature. Am. J. Clin. Nutr. 1982; 35:347-54.

FRISANCHO, R. New standards of weight and body composition by frame size and height for assessment of nutritional status of adults and ederly. Am. J. Clin. Nutr. 1984; 40: 808-19.

FRISANCHO, A.R. New norms of upper limb fat and muscle areas for assessment of nutritional status. Am. J. Clin. Nutr. 1981; 34:2540-51.

HARRIS, J.A., BENEDICT, F.G.. A biometric study of basal metabolism in man. Washington: Carnegie Institute of Washington, 1919 (Publication, nº 297).

HEIMBURGER, D.C., WEINSIER, R.L. Handbook of clinical nutrition 3nd.ed. New York: Editora Mosby; 1977. p.209-34.

HEYWARD, V.H., STOLARCZYR, L.M. Anthropometric method. In: Applied Body Composition Assessment. Champaign: Humam Kinetics, 1996. p. 76-85.

LANA, M., et al. O cão como modelo experimental para o estudo da doença de Chagas. Rev. Pesqui. Pós-Grad. UfOP 1999; 1: 69-71.

MATHIAS, M.R.C., et al. Estabelecimento das faixas de normalidade de variáveis hematológicas e bioquímicas de indivíduos adultos. Influência do sexo e da faixa etária. Rev. Bras. Patol. Clin. 1986; 22:106-12.

MENDES, R.P. Doença de Chagas. In: Meira DA. Terapêutica de doenças infeccciosas e parasitárias. 2nd. ed. Rio de Janeiro: Editora de Publicações Científicas; 1994. p.301-06.

NEVA, F.A. Doenças causadas por protozoários e metazoários. In: Wyngaarden JB, Smith

LH, Bennett, JC. Cecil -Tratado de medicina interna. 19. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A.; 1993. p. 2020-24.

PAPINI-BERTO, S.J., et al. Protein-energy malnutrition as consequence of gastroenterologic patients hospitalization. Arq. Gastroenterol. 1997; 34: n.1, 13-21.

SCHMIDT, G.L. Guidelines for managing electrolytes in total parenteral nutrition solutions. Nutr Clin Pract 2000; 15: 94-109)

TRUMBO, P., et al. Dietary Reference Intakes for Energy, Carbohydrate, Fiber, Fat, Fatty Acids, Cholesterol, Protein and Amino Acids. J. Am. Diet. Assoc. 2002; v.102, n.11, p. 1621- 1630.

WAITZBERG, D.L., FERRINI, M.T. Exame físico e antropometria. In: Waitzberg DL. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 3. ed. São Paulo: Editora Atheneu; 2000. p. 255-78

WHO. Chagas’ disease. Interruption of transmission. Wkly. Epidemiol. Rec. 1998; 73:1-4.

TAYLOR, B., RENFRO, A., MEHRINGER, L. The role of the dietitian in the intensive careunit. Curr. Opin. Clin. Nutr. Metab. Care 2005; 8:211-16.

COLETTO, F.A., et al. A. Análise comparativa do gasto energético entre as equações de Harris-Benedict e de Long e a calorimetria indireta em pacientes sépticos. RBTI Rev. Bras. Terap. Intensiva 2003; v.15, n.3, 93-100.

BASILE-FILHO, A., et al. Gasto energético em pacientes sépticos: Correlação entre calorimetria indireta e as equações preditivas derivadas a partir de dados hemodinâmicos.

RBTI Rev. Bras. Terap. Intensiva 2003; v.15, n.13, 101-107.

FREUND, H.R. Abnomalites of liver function and hepatic damage associated with total parenteral nutrition. Nutrition 1991; 7:1-5.

SHELDON, G.F., PETERSONS, S.R., SANDERS, R. Hepatic dysfunction during hyperalimentation. Arch. Surg. 1976; 113:504.

TALPERS, S.S., et al. Nutritionally associated increased carbon dioxide production: excess total calories vs high proportion of carbohydrate calories. Chest 1992; 102:551. HILL, A.GA, HILL, G.L. Metabolic response to severe injury. Brit. J. Surg.1998; 85:884-90.

LAABAN, J.P. et al. Influence of caloric intake on respiratory mode during mandatory minute volume ventilation. Chest 1985; 87:67-72.

DAVID, C.M. et al. Terapia nutricional no paciente grave. Rio de Janeiro: Editora Revinter; 2001.

Downloads

Publicado

2025-11-06