HISTÓRICO DAS BASES BRASILEIRAS DE INFORMAÇÕES SOBRE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO CONTEXTO INTERNO E EXTERNO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Autores

  • Daniela Elias Goulart de Andrade Doutorandas do Programa de Pós-Graduação em Ciências Nutricionais da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP – Campus de Araraquara/SP Autor
  • Érika da Silva Bronzi Doutorandas do Programa de Pós-Graduação em Ciências Nutricionais da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP – Campus de Araraquara/SP Autor
  • Rita de Cássia Garcia Pereira Doutorandas do Programa de Pós-Graduação em Ciências Nutricionais da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP – Campus de Araraquara/SP. Autor
  • Maria Rita Marques de Oliveira Professora Assistente Doutora do Departamento de Educação do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP – Botucatu/SP. Autor https://orcid.org/0000-0003-1226-4364

Palavras-chave:

Alimentação Coletiva, Inquéritos Nutricionais, Sistemas de Informação

Resumo

O objetivo deste artigo foi realizar uma revisão bibliográfica dos marcos históricos que deram origem às bases de informações sobre alimentação e nutrição no Brasil. O primeiro inquérito alimentar que se tem notícia no Brasil (1932), foi conduzido por Josué de Castro, considerado um dos principais estudiosos da fome no país e pioneiro na descrição de carências nutricionais, fome e hábitos alimentares. Os inquéritos de epidemiologia nutricional, nacionais e internacionais, não só servem para relacionar carências nutricionais com a ingestão alimentar, mas descrever variáveis dietéticas como fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas degenerativas. No Brasil, os trabalhos realizados desde o Estudo Nacional da Despesa Familiar (ENDEF), na década de 70, são de grande valia, pois apresentam dados sobre o hábito alimentar e o estado nutricional e têm servido para a elaboração de políticas de combate às carências nutricionais e alimentares. A partir da década de 80 os dados do ENDEF foram utilizados nas POF’s, a fim de estimar o dispêndio dessas famílias em termos nacionais. A primeira POF deu-se em 1987-1988, sendo repetida em 1995-1996 e em 2002-2003. Apesar da complexidade, o ENDEF não apresentou resultados sobre consumo de alimentos per capita e sim sobre qualidade nutricional das refeições. Apesar da diversidade metodológica aplicada em países isoladamente e/ou em conjunto, a grande finalidade dos estudos é de identificar os principais problemas nutricionais para a formulação de políticas públicas em nível regional, nacional e internacional, e no Brasil, com esse propósito, informações sobre a alimentação e nutrição da população são buscadas desde o início do século.

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Publicado

2025-11-06