ESTIMATIVA DO CONSUMO, GASTO ENERGÉTICO E COMPOSIÇÃO CORPORAL NUM ESTUDO DE CASO-CONTROLE COM MULHERES OBESAS PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA PROGRAMADA, SUBMETIDAS OU NÃO À CIRURGIA BARIÁTRICA
Palavras-chave:
consumo alimentar, balanço energético, composição corporal, cirurgia bariátricaResumo
Objetivo: Estimar e avaliar o consumo, o gasto energético e a composição corporal de mulheres, submetidas ou não à cirurgia bariátrica.
Métodos: Participaram do estudo 12 mulheres com idade entre 25 e 62 anos, sendo 6 que realizaram cirurgia bariátrica e 6 sem intervenção cirúrgica, com índices de massa corporal (IMC) similares, todas praticantes de atividade física programada. O balanço energético foi avaliado conforme a Academia Americana de Ciências. O consumo alimentar foi estimado por inquérito alimentar de 24 horas em três dias. Foi ainda realizada a avaliação da composição corporal por meio de bioimpedância elétrica e de equações derivadas de dobrascutâneas.
Resultados: Não houve diferença no consumo e no gasto energético entre os grupos. Houve diferença significativa entre os grupos em relação ao consumo de cálcio, vitamina B6 e B12 e da proporção de adequação ou inadequação da dieta. Nos dados da avaliação antropométrica, encontrou-se diferença significativa na dobra cutânea do bíceps, na água extracelular entre os grupos e gordura corporal tanto entre os grupos analisados quanto entre os dois métodos utilizados – bioimpedância e somatória das dobras. Conclusão: O gasto energético mostrou uma tendência das equações de predição em superestimarem o fator atividade e a necessidade dos indivíduos. Há diferenças na composição corporal das mulheres de mesmo IMC que realizaram ou não a cirurgia da obesidade. Assim, as diferenças encontradas no conjunto dos dados apontam para cautela no uso e interpretação dos mesmos.
Referências
BARBOSA-SILVA, M.C.G.; BARROS, A.J.D. Bioeletrical impedance analysis in clinical practice: a new perspective on its use beyond body composition equations. Clin. Nutr. Metabolic Care. v. 8, p. 311-317, 2005.
BAUMGARTNER, R.N.; ROSS, R.; HEYMSFIELD, S.B. Does adipose tissue influence bioeletrical impedance in obese men and women? Journal Application Physiologic. v.84, p.257-262, 1998.
CAMBI, M.P.C.; MICHELS, G.; MARCHESINI, J.B. Aspectos nutricionais e de qualidade de vida em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. Revista Brasileira de Nutrição Clínica. v. 18, n.1, p. 8-15, 2003.
COPPINI, L.Z. Determinação clínica da gordura corpórea total: comparação da bioimpedância elétrica com antropometria. Revista Brasileira de Nutrição Clinica. v.12, p.96-97, 1997.
CUPPARI, L. Aplicações das DRI’s na avaliação da ingestão de nutrientes para indivíduos. In: INTERNATIONAL LIFE SCIENCES INSTITUTE DO BRASIL. Usos e aplicações das “Dietary Reference Intakes”. 2001; São Paulo: ILSI.
DE LORENZO, A. et al. Improved prediction formula for total body water assessment in obese women. International Journal of Obesity.v.19, p.535-538, 1995.
DEURENBERG, P. Limitations of the bioeletrical impedance method for the assessment of body fat in severe obesity. American Journal Nutrition. v. 64, p.449S – 452S, 1996.
DULLOO, A.G.; JACQUET, J.; GIRARDIER, L. Autoregulation of body composition during weight recovery in human: the Minnesota Experiment revisited. International Journal of Obesity.; v. 20, p.393-405, 1996.
DURNIN, J.G.V.A.; WOMERSLEY, J. Body fat from total body density and its estimation from skinfold thickness: Measurements on 481 men and women aged from 16 to 72 years. American Journal Nutrition. London. v. 32, p. 77-97, 1977.
FARIA JÚNIOR, J.C. Associação entre nível de atividade física, composição da dieta e gordura corporal em adultos. Revista de Atividade Física & Saúde.v. 6, n. 3, p. 34-42, 2001.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. Energy and Protein requirements. Technical Reports Series. nº 724. Geneva: World Health Organization, 1985.
GUALDI – RUSSO, E.; TOSELLI, S.; SQUINTANI, L. Remarks on melhods for estimating body composition parameters: reliability of skinfold and multiple frequency bioeletrical impedance methods. Z. Morphol. Anthopol. v.81, p. 321 – 331, 1998.
INSTITUTE OF MEDICINE. Dietary reference intakes (DRIs): applications in dietary assessment. Washington, D. C., p. 306, 2000. Available from: http://www.nap.edu.
INSTITUTE OF MEDICINE. Food and Nutrition Board. Dietary reference intakes (DRIs): Estimated Average Requirements for Groups.. Washington, D. C. National Academies, 2002a. Disponível em: .
INSTITUTE OF MEDICINE. Food and Nutrition Board. Dietary Reference Intakes for Energy/DRIs: Physical Activity. In: Dietary reference intakes for energy, carbohydrates, fiber, fat, protein and amino acids (macronutrients). Washington, D.C. National Academy Press, p. 697-736, 2002b. Available from: http://www.nap.edu.
INSTITUTE OF MEDICINE. Food and Nutrition Board. Dietary Reference Intakes: Using Reference Intakes in Planning Diets for Individual. In: Applications in Dietary Planning. 2003. Available from: http://www.nap.edu.
JAKICIC, J.M.; WING, R.R.; LANG, W. Bioeletrical impedance analysis to assess body composition in obese adult women: the effect of ethnicity. International Journal of Obesity. v.23, p. 243-249, 1998.
JENSEN, G.L.; ROGERS, J. Obesity in older persons. Journal American Dietetic Association. v. 98, p. 1308-1311, 1998
MARCHIONI, D.M.L.; SLATER, B.; FISBERG, R.M. Aplicação das Dietary Reference Intakes na avaliação da ingestão de nutrientes para indivíduos. Revista de Nutrição. v.17, n.2, p.207-216, 2004.
MATSUDO, S. et al. Questionário internacional de atividade física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Revista de Atividade Física & Saúde.v. 6, n. 2, p. 5-18, 2001.
MELBY, C.; HILL, J. Exercício, balanço dos macronutrientes e regulação do peso corporal. Gatorade Sports Sciente Institute. Nutrição no Esporte. v. 23, jul./ago./set, 1999.
OLIVEIRA, M.R.M. et al. Emagrecimento e composição corporal: estudo comparativo entre bioimpedância elétrica e medidas de dobras cutâneas. Saúde em revista. v.2, n.3, p. 96-97, 2000.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE/ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Doenças crônico-degenerativas e obesidade: estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde. Brasília. p. 2-58, 2003
PRASAD, V.M.; RAWLS, D. Resting energy expenditure in obese patients: measured versus prediction equations – In: chapter 4 Deitel, M. Uptade: Surgery for the morbidly obese patients, 2000.
ROSADO, E.L.; MONTEIRO, J.B.R. Obesidade e a substituição de macronutrientes da dieta. Revista de Nutrição. v. 14, n. 2, p.145-152, 2001
SCAGLIUSI, F.B; LANCHA-JÚNIOR, A. H. Estudo do gasto energético por meio da água duplamente marcada: fundamentos, utilização e aplicações. Revista de Nutrição. v. 18, n. 4, p. 541-551, 2005
SICHIERI, R. et al. Relação entre o consumo alimentar e atividade física com o índice de massa corporal em funcionários universitários. Revista de Nutrição. v.11, n. 2, p.185-195, 1998.
SUEN, V.; SILVA, G.; MARCHINI, J. Determinação do metabolismo energético no homem. In: Simpósio Nutrição Clínica, cap. 1. Medicina, Ribeirão Preto. v 31, p. 13-21, 1998.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO. Programa de Apoio à Nutrição NutWin [computer program]. versão 1.5.2.6: Departamento de Informática em Saúde. Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP; 2002.
VASCONCELLOS, M.T.; ANJOS, L.A. Energy adequacy ratio (intake/requirements) as an indicator of families nutritional assessment: a critical analysis of methods applied to food consumption surveys. Caderno de Saúde Pública. v.17, n. 3, p. 581-93, 2001.
VASCONCELLOS, M.T.L. Fontes de inadequação das recomendações internacionais sobre requerimentos humanos de energia para a população brasileira. Revista Brasileira de Epidemiologia.; v. 5, p. 59-72, 2002.
VÁZQUEZ, C. et al. Repercusión nutricional de la cirugía bariátrica según técnica de scopinaro: análisis de 40 casos. Nutrición Hospitalaria. v.18, n.4, p.192-193, 2003.
VERGA, S.; BUSCEMI, S.; CAIMI, G. Resting energy expenditure and body composition in morbidly obese, obese and control subjects. Acta Diabetol. v. 31, p. 47-51, 1994.
WALDER, K.; RAVUSSIN, E. Balanço energético. In: HALPERN A. et al. Obesidade. Lemos Editorial. São Paulo,1998.
WAREHAM, N.J.; VAN SLUIJS, M.F.; EKELUND, U. Physical activity and obesity prevention: a review of the current evidence. Nutrition Society. v. 64, p.229-247, 2005.