Zhi-Hue Wang. Freiheit un Sittlichkeit.

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Pedro Geraldo Aparecido Novelli

Resumo

O livro de Wang tem por objetivo expor a compreensão dos conceitos de liberdade e eticidade em Hegel e também o desenvolvimento e ou percurso dessa mesma compreensão. Wang divide seu livro em cinco momentos específicos sendo que o primeiro deles trata da concepção hegeliana de eticidade no período de Jena3 à luz das, então, novas doutrinas sobre o direito natural. Wang mostra aqui que Hegel analisa as idéias sobre o direito natural tanto em Hume quanto em Bentham e as avalia como uma ficção que não encontra lugar na história. Para Hegel o direito deve se desenvolver na vida de um povo, pois um
contrato natural, não é capaz de constituir a vontade do Estado. O Estado é, para Hegel, a expressão do ‘ethos’ de um povo e, nesse sentido, tem prioridade em relação à vontade do indivíduo que, na teoria do contrato, é afirmada como o fundamento. A crítica aos contratualistas passa pelo que Hegel, de acordo com Wang, aprendeu com Espinoza, isto é, que a substância é o todo ou, em outras palavras, que o sujeito é a totalidade. Contudo, afirma ainda Wang, Hegel avança em relação à Espinoza com a idéia de organismo o que resulta no esforço de reunir a natureza e o homem. Isso não significa que a diferença entre natureza e homem desapareça, mas que apesar da diferença a unidade não deixa de ser possível. Wang introduz aqui, na linha da afirmação anterior, uma crítica de Hegel ao pensamento ético kantiano. A existência não livre, para Hegel, somente pode ter sua reconciliação na existência que é livre. Assim, o sujeito torna-se livre no objeto, enquanto seu oposto, que, por sua vez,
também precisa ser livre. Desse modo, em Hegel, diferentemente de Kant, o sujeito precisa se reconhecer no objeto que é um outro, mas que ele, sujeito, passa a ver como um outro de si.
Ao finalizar o primeiro momento de seu texto Wang sintetiza a posição hegeliana no ideal ético identificado pelo pensador alemão com a polis grega. Daí, segundo Hegel, a liberdade (ideal ético) tem uma história que se pode evidenciar na sociedade grega antiga e muito mais ainda no império romano no qual livres e não livres conviveram e, tal aspecto histórico, deve
ser reconhecido também na modernidade.  

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