A CONCEPÇÃO HEGELIANA DE RELAÇÕES ENTRE OS ESTADOS
Palavras-chave:
relações interestatais, estado de natureza, contrato, nacionalismo político, globalização social, comércio, colonialismoResumo
Trata-se aqui das relações interestatais que, segundo Hegel, representam uma espécie de estado de natureza, no sentido de que não há acima dos Estados nenhuma autoridade. Certamente há tratados entre os Estados, porém esses somente tem a validade que os contratantes lhes dão, de modo que o contrato não cria uma vontade geral, senão que somente uma vontade comum. Isto leva à conclusão que a situação nas relações interestatais é a da necessária e insuperável situação da possibilidade da guerra como meio de dirimir os conflitos. Entre os Estados rege o princípio da soberania nacional. Porém, na mesma Filosofia do Direito podem-se perceber alguns fatos que apontam para uma certa sociedade civilburguesa internacional que vem marcada pela dependência que é própria da sociedade civilburguesa, que tem múltiplos interesses e intercâmbios com outros países e isso cria um corpo jurídico. Hegel também reconhece no comércio um efeito civilizador. A Filosofia do Direito também permite que diante do nacionalismo político possa ser apontada a existência de um internacionalismo social.
Referências
AMENGUAL, Gabriel, La moral como derecho. Estudio sobre la moralidad en la Filosofía del Derecho de Hegel. Madrid: Trotta 2001.
AVINERI, Shlomo, Das Problem des Krieges im Denken Hegels, in: FETSCHER, Iring (Hg.), Hegel in der Sicht der neueren Forschung. Darmstadt: WBG 1973.
CESA, Claudio, Considerazioni sulla teoria hegeliana della guerra, in: ID., Hegel filosofo politico. Napoli: Guida 1976, versão. castelhana.: Consideraciones sobre la teoría hegeliana de la guerra, in: AMENGUAL, Gabriel (ed.), Estudios sobre la filosofía del derecho de Hegel. Madrid: Centro de Estudios Constitucionales 1989.
HARRIS, Errol E., Hegel’s Theory of Sovereignity, International Relations, and War, in: VERENE, Donald Phillip (ed.), Hegel's Social and Political Thought. The Philosophy of objective Spirit. New Jersey / Sussex: Humanities Press/ Harvester Press 1980.
HEGEL, G.W.F. Jenaer Schriften 1801-1807 Werke in Zwanzig Bänden Auf der Grundlage ‘Werke’ von 1832-1845 neu edierte Ausgabe. Herausg. vom Eva Moldenhauer und Karl Markus Michel. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1970, Bd.2
HEGEL, G.W.F. Grundlinien der Philosophie des Rechts. Werke in Zwanzig Bänden Auf der Grundlage ‘Werke’ von 1832-1845 neu edierte Ausgabe. Herausg. vom Eva Moldenhauer und Karl Markus Michel. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1970, Bd. 7.
HEGEL, G,W.F. Princípios da Filosofia do Direito. Trad. de Paulo Meneses ... [et al]. São Leopoldo: Ed. Unisinos, 2010.
JAESCHKE, W. Hegel-Handbuch: Leben-Werk-Wirkung. Stuttgart-Weimar: Metzler, 2003.
PEPERZAK, A. Th. Hegels praktische Philosophie. Ein Kommentar zur Enzyklopädischen Darstellung der menschlichen Freiheit und ihrer objektiven Verwirklichung. Stuttgart-Bad; Cannstatt-Frommann, 1991.
PEPERZAK, A. Th. Modern Freedom. Hegel’s Legal, Moral, and Political Philosophy. Dordrecht: Kluwer 2001.
VERENE, Donald Phillip, Hegel’s account on war, in: PELCZYNSKI, Zygmunt Andrzej (ed.), Hegel's Political Philosophy. Problems and perspectives. Cambridge: Univ. Press 1971.