MUSEUS DE CIÊNCIA: DO RECONHECIMENTO E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE À DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

Autores

  • Rafaela Lopes Falaschi Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Departamento de Biologia, Setor de Ecologia e Evolução. Autor https://orcid.org/0000-0002-3046-5744
  • Renato Soares Capellari Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Departamento de Biologia, Setor de Ecologia e Evolução. Autor
  • Sarah Siqueira Oliveira Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Departamento de Biologia, Setor de Ecologia e Evolução. Autor

Palavras-chave:

Biodiversidade, Museus de Ciência, Taxonomia, Divulgação Científica

Resumo

Anunciado como “Ano Internacional da Biodiversidade” pela UNESCO, 2010 foi marcado por uma intensa movimentação no mundo acadêmico com relação aos assuntos ligados à biodiversidade, especialmente sua conservação. Em meados deste mesmo ano, no Brasil, o estudo da biodiversidade sofreu um forte abalo com o incêndio e perda de mais de 70 mil exemplares do acervo científico no Instituto Butantan, São Paulo. Acontecimentos como este instigam a refletir e reavaliar meios e investimentos destinados à identificação e catalogação de espécies, muitas das quais ainda desconhecidas nos seus aspectos biológicos e ecológicos, e a natureza das informações que chegam ao público em geral sobre o papel fulcral dos sistematas e dos acervos científicos para os estudos e conhecimento da biodiversidade. Destacamos, neste caso, o espaço fecundo que representam os museus de ciência para estabelecimento do diálogo necessário e contínuo entre a sociedade acadêmica e público, para desenvolvimento de pensamento crítico e posicionamento consciente das pessoas diante de processos globais. 

Referências

AGNARSSON, I.; KUNTNER, M. Taxonomy in a changing world: seeking solutions for a science in crisis. Systematic Biology. v. 56, n. 3, p. 531-539. 2007.

AGUILAR, T. Alfabetización científica para la ciudadanía. Madrid: Narcea, 1999.

AMORIM, D.S. Historical systems, hypotheses and commitment: brief comments on the nature of systematics and means of achieving its goals. In:______. Anais do II Simpósio Nacional de Coleções Científicas. Rio de Janeiro, p. 74-76. 2008.

ARIMORO, F. O.; IKOMI, R. B. Ecological integrity of upper Warri River, Niger Delta using aquatic insects as bioindicators. Ecological Indicators. v. 9, p. 455–461. 2009.

ARIMORO, F. O.; IKOMI, R. B.; EREBE, E. Macroinvertebrate community diversity in relation to water quality status of River Ase, Niger Delta, Nigeria. Journal of Fisheries and Aquatic Science. v. 2, n. 5, p. 337–344. 2007.

BARROS, H.L. Museu de Astronomia e Ciências Afins: a integração dos professores com os centros e museus de ciências. In:______. Crestana, S.; Castro, M.G.; Pereira, G.R.M. (orgs.). Centros e museus de ciência, visões e experiências: subsídios para um programa nacional de popularização da ciência. São Paulo: Saraiva, p. 197-204. 1998

BONADA, N. et al. Developments in aquatic insect biomonitoring: a comparative analysis of recent approaches. Annual Review of Entomology. v. 51, p. 495–523. 2006.

CARLAN, C. U. Os museus e o patrimônio histórico: uma relação complexa. História. Franca, v. 27, n. 2. 2009.

CARVALHO, M.R. et al. Systematics must embrace comparative biology and evolution, not speed and automation. Evolutionary Biology. v. 35, p. 97-104. 2008.

CARVALHO, M.R. et al. Taxonomic Impediment or Impediment to Taxonomy? A Commentary on Systematics and the Cybertaxonomic-Automation Paradigm. Evolutionary Biology. v. 34, n. 3-4, p. 140-143. 2007.

CARVALHO, M.R. et al. Revisiting the Taxonomic Impediment. Science. v. 307, n. 5708,p. 353. 2005.

CAYROU J.; CÉREGHINO, R. Life-cycle phenology of some aquatic insects: implications for pond conservation. Aquatic Conservation: Marine and Freshwater Ecosystems. v. 15, n.(6), p. 559-571. 2005.

CHASSOT, A. Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, n. 22, abr. 2003.

DURANT, J. Acabar com o analfabetismo científico? Ciência e Tecnologia Hoje. São Paulo: Editora Ensaio. p. 88-90. 1995.

DE VIVO, M.et al. O acervo das coleções zoológicas do Estado de São Paulo. In:_____. Wey de Brito, M.C.; Joly, C.A.. (Org.). Biodiversidade do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP, v. 7, p. 53-67. 1999.

EVENHUIS, N.L. Helping solve the “other” taxonomic impediment: Completing the eight steps to total enlightenment and taxonomic Nirvana. Zootaxa. v. 1407, p. 3-12. 2007.

FALASCHI, R.L. O Museu como espaço de educação e divulgação da Ciência: vivências e possibilidades junto a alunos do Ensino Fundamental. 2004. 58f. Monografia. – Instituto de

Biociência de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Botucatu. FALASCHI, R.L.; PALEARI, L.M. O Museu como espaço de Educação e divulgação da Ciência: vivências e possibilidades junto a alunos do Ensino Fundamental. In:______. X Encontro Perspectivas no Ensino de Biologia, São Paulo. 2006.

FALASCHI, R.L.; SOLER, M.G. Museus de ciências, ensino e conhecimento científico. Ciência Hoje, v. 45, n. 270, p. 66-67. 2010.

FLOWERS, R.W. Comments on “Helping solve the ‘other’ taxonomic impediment:Completing the eight steps to total enlightenment and taxonomic Nirvana” by Evenhuis (2007). Zootaxa. v. 1494, p. 67-68. 2007a.

FLOWERS, R.W. Taxonomy’s unexamined impediment. The Systematist. v. 28, p. 3-7. 2007b.

GASPAR, A.; HAMBURGUER, E.W. Museus e centros de ciências – conceituação e proposta de um referencial teórico. In:______. Nardi, R. (org.) Pesquisas em ensino de Física. São Paulo: Ed. Escrituras, p. 105-125. 1998.

GIL, F. B. Museus de ciência: preparação do futuro, memória do passado. Revista da Cultura Científica. n 3, p. 72-89. 1988.

GODFRAY, H.C.J. Challenges for taxonomy. Nature. v. 417, p. 17-19. 2002.

GREEN, S.V. The taxonomy impediment in orthopteran research and conservation. Journal of Insect Conservation. v. 2, p. 151-159. 1998.

HILTY, J; MERENLENDER, A. Faunal indicator taxa selection for monitoring ecosystem health. Biology Conservation. v. 92, p. 185–197. 2000.

LOPES, M. M. A favor da desescolarização dos museus. Educação e Sociedade. n. 40, p. 443-55. 1992.

LOUREIRO, J.M.M. Museu de ciência, divulgação científica e hegemonia. Ciência da Informação. Brasília: IBICT, v. 32, n. 1, p. 88-98, jan./abr. 2003.

LOUREIRO, J. M. M.; LOUREIRO, M. L. N. M. Museus e divulgação científica: singularidades da transferência da informação científica em ambiente museológico. In:_____.VII CINFORM - Encontro Nacional de Ensino e Pesquisa da Informação. Salvador, BA.

2007.

MASSARANI, L.; MOREIRA, I.C. Um olhar sobre os museus de ciência. Ciência & Cultura, v. 62, n. 1, p. 4-5. 2010.

MAY, R.M. Conceptual aspects of the quantification of the extent of biological diversity. Phil. Trans. R. Soc. London Ser. B. v. 345, p. 13-20. 1995.

MORA, I.M. Visita ao Museu do Café. In:______. Barbieri, M.R. (Coord.). Aulas de Ciências: projeto LEC-PEC de ensino de ciências. Ribeirão Preto: Holos Editora, p. 67. 1999.

MORAES, M.A. Até que ponto a ciência pode contribuir para a conservação da diversidade biológica. Ciência & Cultura, v. 62, n. 3, p. 6-7. 2010.

MUELLER, M. S. Popularização do conhecimento científico. Revista de Ciência e Informação. v.3 n.2, abr., 2002.

NIXON, K.C.; WHEELER, Q.D. Measures of phylogenetic diversity. In:______. M.J. Novacek e Q.D. Wheeler (Eds.). Extinction and phylogeny. Columbia University Press: New York, p. 216–234. 1992.

POPPER, K. The Logic of Scientific Discovery. Harper and Row Publisher: New York. 480 pp. 1959.

RIBEIRO, M. E. C. Os museus e centros de ciência como ambientes de aprendizagem. 2005. Dissertação. Universidade do Minho, Portugal.

ROJAS, R.; CRESPÁN, J.L.; TRALLERO, M. Os museus no mundo. 1 ed. Rio de Janeiro: Salvat Editora, 143 p. 1979.

ROSENBERG, D.M.; V.H. Resh (ed.). Freshwater Biomonitoring and Benthic Macroinvertebrates. New York: Chapman and Hall. 1993.

SANTOS, C.M.D.S.; AMORIM, D.S. Why biogeographical hypotheses need a well supported phylogenetic framework: a conceptual evaluation. Papéis avulsos de Zoologia.v.47, n. 4, p. 63–73. 2007.

SHARMA, R.C.; RAWAT, J.S. Monitoring of Aquatic Macroinvertebrates as Bioindicator for Assessing the Health of Wetlands: A Case Study in the Central Himalayas, India. Ecological Indicators. v. 9, p. 118-28. 2009.

VALENTE, M. E.; CAZELLI, S.; ALVES, F. Museums, science, and education: new challenges. História, Ciências, Saúde – Manguinhos. vol. 12 (supplement), p. 183-203. 2005.

WAGENSBERG, J. The “total” museum, a tool for social change. História, Ciências, Saúde, Rio de Janeiro. v. 12 (suplemento), p. 309-332. 2005.

WHEELER, Q.D. Systematics, the scientific basis for inventories of biodiversity. Biodiversity and Conservation. v. 4, p. 476–489. 1995.

WHEELER, Q.D. Taxonomic triage and poverty of phylogeny. Philosophical Transactions of the Royal Society of London B. v. 359, p. 571-583. 2004.

WHEELER, Q.D.; Platnick, N. The phylogenetic species concept (sensu Wheeler and Platnick). In:______. Q.D. Wheeler; R. Meier (Eds.), Species concepts and phylogenetic theory – a debate. Columbia University Press: New York. p. 55–69. 2000.

WHEELER, Q.D.; Raven, P.H.; Wilson, E.O. Taxonomy: Impediment or expedient? Science 303: 285. 2004.

WHITTAKER, R.Jet al. Conservation biogeography: assessment and prospect. Diversity and Distributions. v. 11, p. 3–23. 2005.

WILSON, E. O. The encyclopedia of life. Trends in Ecology and Evolution. v. 18, p. 77–80. 2003.

ZAHER, H.; YOUNG, P.S. As coleções zoológicas brasileiras: panorama e desafios. Ciência e Cultura. v. 55, n. 3, p. 24-26. 2003.

Downloads

Publicado

2025-11-13