AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE RAÍZES DE MANDIOCA AMARGA E DOCE (Manihot esculenta crantz) SUBMETIDAS À TÉCNICAS ARTESANAIS DE SECAGEM AO SOL, NO DISTRITO DE NAMPULA
Palavras-chave:
Manihot esculenta crantz, Secagem artesanal ao sol, ProdutividadeResumo
A inadequada gestão dos produtos em períodos de pós colheita, resulta em contaminações físicas, químicas, microbiológicas, perda de qualidade e baixa rentabilidade dos produtos colhidos ao nivel dos agregados familiares do meio rural e com renda baixa. O objectivo do estudo, visa avaliar a produtividade de raízes de mandioca (Manihot esculenta crantz) amarga e doce, submetidas à técnicas artesanais de secagem ao sol, no distrito de Nampula. O experimento de tipo Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), foi conduzido no Instituto de Investigação Agronómica de Moçambique, Centro Zonal Nordeste da Cidade de Nampula, envolvendo cinco técnicas artesanais de secagem ao sol casualizado com quatro repetições. Ao todo, foram estabelecidos dois DICs, cada com respectivos tipos de técnicas de secagem e tipo de mandioca (doce e amarga). Para colheita de amostras de mandioca, foram identificadas variedades de mandioca com 11 meses de idade. A colheita obedeceu etapa de poda de manivas e arranque as raízes, seguida de descascaque, distribuição homogénea das raízes em cada técnica artesanal e secagem na unidade experimental. Cerca de 3, 897kg mandioca doce foram distribuídos por técnica de secagem e repetições do devido DIC, cerca de 0,778kg e 0,195kg, contra 4,404kg de raízes mandioca amarga entre 0,88kg e 0,22kg de raízes, respectivamente. Fins do periodo de secagem, os resultados apurados das variáveis de estudo foram submetidos a análise estatistica e Teste Tukey ao nível de 5 % de significância pelo Software Estatístico AgroEstat. O periodo de secagem de amostras de raízes de mandioca doce e amarga variou de 7 a 13 dias. As técnicas artesanais de secagem ao sol resultaram em uma produtividade de materia seca de raízes de mandioca diferenciados entre os tipos de técnicas de secagem considerados altas ou seja, de 0,0425kg c (TASS4) a 0, 0775kg a (TASS5) para amostras de raiz-doce, e 0,0700 kg b (TASS2) a 0,0975 c (TASS5) com raiz-amarga. Em termos percentuais (%), a produtividades nas técnicas de secagem corresponderam a 21,78 % (TASS4) a 39,73% (TASS1) para mandioca doce e 31,9% (TASS1) a 44,38% (TASS5).
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