PRODUÇÃO ACADÊMICA SOBRE O ENSINO DE CIÊNCIAS NA PANDEMIA: IDENTIFICANDO TENDÊNCIAS E PROPOSIÇÕES
Barra lateral de artigos
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O objetivo deste trabalho é caracterizar artigos da área de Ensino de Ciências (EC) que contenham discussões sobre o EC na pandemia e no Ensino Remoto Emergencial (ERE). Intenciona-se analisar as contribuições desses estudos para refletir sobre o papel do EC no contexto atual. Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo Estado da Arte. Analisou-se quinze trabalhos (2020-2021), distribuídos em oito revistas das áreas de Educação e Ensino de Ciências. Os textos foram lidos e analisados na íntegra, registrando-se informações gerais (tipo de pesquisa; foco temático, nível escolar e referenciais) e específicas sobre o EC no ERE (elementos do EC investigados, métodos de ensino priorizados, conteúdos específicos das Ciências Naturais abordados, reflexões sobre o papel do EC no contexto pandêmico e as proposições que buscam superar limites próprios do EC nesse momento histórico). Os resultados indicam preocupação relativa aos processos de ensino-aprendizagem, caracterização dos professores e recursos didáticos. Além disso, os trabalhos apresentaram fragilidades em seus fundamentos teóricos. As proposições voltadas para o ERE centram-se no combate às notícias falsas e ao negacionismo científico, relacionando às outras áreas do conhecimento humano, e enfatizando as metodologias de ensino em detrimento da discussão do conteúdo e das finalidades do EC.
##plugins.themes.bootstrap3.displayStats.downloads##
Detalhes do artigo
Seção
Referências
ANDRADE, F. L. Determinismo biológico e questões de gênero no contexto do ensino de Biologia: representações e práticas de docentes do ensino médio. Orientador: Ângela Maria Freire de Lima e Souza. 2011. 252 f. Dissertação (Mestrado em Ensino, Filosofia e História das Ciências) - Universidade Federal da Bahia/Universidade Estadual de Feira de Santana, Salvador, Bahia, 2011.
ASSAI, N. D. S.; BROIETTI, F. C. D.; ARRUDA, S. M. O estágio supervisionado na formação inicial de professores: estado da arte das pesquisas nacionais da área de Ensino de Ciências. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 34, p. 1-44, 2018.
AULER, D.; DELIZOICOV, D. Educação CTS: articulação entre pressupostos do educador Paulo Freire e referenciais ligados ao movimento CTS. In: BLANCO, A.; BRERO, V. B.;
JIMÉNEZ, M. A.; PRIETO, M. T. (ed.). La relaciones CTS en la educación científica. Málaga: Universidad deMálaga, 2006. p. 1-7.
BARBOSA, F. Alternativas utilizando tecnologias digitais da informação e comunicação para aulas de Ciências no contexto da Pandemia. Revista Interdisciplinar de Ensino de Ciências e Matemática, Araguaína, v. 1, n. 1, p. 31-40, 2021.
BORBA, R. C. N.; TEIXEIRA, P. P.; FERNANDES, K. O. B.; BERTAGNA, M.; VALENÇA, C. R.; SOUZA, L. H. P. Percepções docentes e práticas de ensino de Ciências e Biologia na pandemia: uma investigação da Regional 2 da SBEnBio. Revista de Ensino de Biologia da SBEnBio, Florianópolis, v. 13, n. 1, p. 153-171, 2020.
BASTOS, F.; NARDI, R.; DINIZ, R. E. S.; CALDEIRA, A. M. A. Da necessidade de uma pluralidade de interpretações acerca do processo de ensino e aprendizagem de Ciências: revisitando os debates sobre Construtivismo. In: NARDI, R.; BASTOS, F.; DINIZ, R. E. S. (org.). Pesquisas em ensino de ciências: contribuições para a formação de professores. São Paulo: Escrituras, 2004. p. 9-55.
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera as Leis nos 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007 [...]. Brasília: Ministério da Educação, 2017.
BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. Brasília, DF: MEC, 2018.
BRASIL. Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 87, 10 fev. 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-n-2-de-20-de-dezembro-de-2019-*-242332819. Acesso em: 18 ago. 2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Painel Coronavírus. Coronavírus Brasil. 2022. Disponível em: https://covid.saude.gov.br/. Acesso em: 5 ago. 2022.
CATALÁ, R. M.; PALACIOS-ARREOLA, M. Un modelo didáctico para comprenderlaestructura y mecanismos de acción de losvirus y surelación com El desarrollo de nuevas vacunas. Educación Química, México, v. 31, n. 3, p. 45-59, 2020.
CATARINO, G. F. C.; REIS, J. C. O. A pesquisa em ensino de ciências e a educação científica em tempos de pandemia: reflexões sobre a natureza da ciência e interdisciplinaridade. Ciência & Educação, Bauru, v. 27, p. 1-16, 2021.
CHRISPINO, A.; MELO, T. B.; ALBUQUERQUE, M. B. O crescimento da anticiência na Pandemia: Um quadro de luz e sombra. Educación Química, México, v. 31, n. 5, p. 162-168, 2020.
COELHO, L. J.; LIPORINI, T. Q.; PRESSATO, D. A importância do ensino de ciências no contexto da pandemia no Brasil: proposições fundamentadas na pedagogia histórico-crítica. Momento: Diálogos em Educação, Rio Grande, v. 30, n. 1, p. 147-172, 2021.
DINIZ, R. E. S.; CAMPOS, L. M. L. Pedagogia histórico-crítica: princípios para a formação de professores de Ciências e Biologia. Debates em Educação, Maceió, v. 12, n. 26, p. 381- 394, 2020.
DUARTE, N. A importância da concepção de mundo para a educação escolar: porque a pedagogia histórico-crítica não endossa o silêncio de Wittgenstein. Germinal: Marxismo e Educação em Debate, Salvador, v. 7, n. 1, p. 8-25, 2015.
FERREIRA, N. S. A. As pesquisas denominadas “Estado da Arte”. Educação & Sociedade, Campinas, n. 79, p. 257-272, 2002.
FLORES, J. B.; LIMA, V. M. R. Educação em tempos de pandemia: dificuldades e oportunidades para os professores de ciências e matemática da educação básica na rede pública do Rio Grande do Sul. Revista Insignare Scientia, Cerro Largo, v. 4, n. 3, p. 94-109, 2020.
FORTUNATO, I. O Relato de experiência como método de pesquisa educacional. In:
FORTUNATO, I.; SHIGUNOV NETO, A. (org.). Método(s) de pesquisa em educação. São Paulo: Edições Hipótese, 2018. p. 37-50.
FRANCISCO, C. A. Análise de dissertações e teses sobre o ensino de química nos programas de pós-graduação em ensino de ciências e matemática - Área 46/CAPES (2000-2008). Orientador: Salete Linhares Queiroz. 2011. 305 f. Tese (Doutorado em Química) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2011.
FRANCISCO, C. A.; ALEXANDRINO, D. M.; QUEIROZ, S. L. Análise de dissertações e teses sobre o Ensino de Química no Brasil: produção científica de programas de pósgraduação em destaque. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 20, n. 3, p. 21-60, 2015.
GIL PÉREZ, D.; MONTORO, I. F.; ALÍS, J. C.; CACHAPUZ, A.; PRAIA, J. Para uma imagem não deformada do trabalho científico. Ciência & Educação, Bauru, v. 7, n. 2, p. 125- 153, 2001.
GONDRA, J. G. Conformando o discurso pedagógico a contribuição da medicina. In: FARIA FILHO, L. M. (org.). Educação, modernidade e civilização. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. p. 35-71.
INSFRAN, F. F. N.; PRADO, P. A.; FARIA, S. E. F.; LADEIRA, T. A.; SENTINELI, T. A. Fraturas expostas pela pandemia: escritos e experiências em educação. Campos dos Goytacazes: Encontrografia, 2020.
JESUS, A. S.; SOUTO, D. L. P. Tendências do uso das tecnologias digitais no Ensino de Ciências. Revista Educação e Tecnologia, Curitiba, v. 21, n. 1, p. 43-55, 2016.
LIPORINI, T. Q. A disciplina escolar Biologia na Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio: expressões da pós-modernidade e do neoliberalismo. Orientador: Renato Eugênio da Silva Diniz. 2020. 210 f. Tese (Doutorado em Educação para a Ciência) – Faculdade de Ciências, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Bauru, 2020.
LOLE, A.; MACHADO, A. C. G.; VIEGAS, C. M.; AMARAL, L. Trabalho e capitalismo em tempos de pandemia da COVID-19. In: LOLE, A.; MACHADO, A. C. G.; VIEGAS, C. M.; AMARAL, L. (org.). Diálogos sobre o trabalho, serviço social e pandemia. Rio de Janeiro: Editora Mórula, 2021. p. 6-12.
LUNA, S. V. Planejamento de pesquisa: uma introdução; elementos para uma análise metodológica. São Paulo: EDUC, 1997.
MALANCHEN, J. Oportunismo do capital e a precarização da educação pública via EaD: análise a partir da pedagogia histórico-crítica. Revista Pedagogia Cotidiano Ressignificado, São Luís, v. 1, n. 4, p. 15-34, 2020.
MARANDINO, M. Tendências teóricas e metodológicas no Ensino de Ciências. 2002. Aulas USP. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3949243/mod_resource/content/0/Texto%201%20- %20Marandino%20Tende%CC%82ncias%20no%20Ensino%20de%20cie%CC%82ncias%20final.pdf. Acesso em: 30 maio 2021.
MARÍN, Y. A. O.; VARGAS, L. J. H. Covid-19 y violencia de género e intrafamiliar: laenseñanza de labiología más allá de loscontenidos esperados. Olhar de Professor, Ponta Grossa, v. 23, p. 1-7, 2020.
MATTOS, E. A.; SILVA, J. P. A.; RABELLO, P. I. R.; QUEIROZ, D. M.; NASCIMENTO, W. E. As professoras de ciências naturais e o ensino remoto na pandemia de COVID-19. Cadernos de Estágio, Natal, v. 2, n. 2, p. 106-118, 2020.
MEGID NETO, J. Tendências da pesquisa acadêmica sobre o ensino de Ciências no nível fundamental. Orientador: Hilário Fracalanza. 1999. 114 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade de Campinas, Campinas, 1999.
MESSEDER NETO, H. S.; MORADILLO, E. F. Uma análise do materialismo históricodialético para o cenário da pós-verdade: contribuições histórico-críticas para o ensino de Ciências. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Florianópolis, v. 37, n. 3, p. 1320-1354, 2020.
MOREIRA, M. A. A área de Ensino de Ciências e Matemática na CAPES: panorama 2001/2002 e critérios de qualidade. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p. 36-59, 2002.
NARDI, R. A área de ensino de Ciências no Brasil: fatores que determinaram sua constituição e suas características segundo pesquisadores brasileiros. In: NARDI, R. (Org.). A pesquisa em ensino de Ciências no Brasil: alguns recortes. São Paulo: Escrituras, 2007. p. 357-412.
ORSO, P. J. O novo Coronavírus, a pedagogia histórico-crítica, a sociedade de classes e o internacionalismo proletário. Revista Exitus, Santarem, v. 10, p. 1-54, 2020.
PEREIRA, L. M.; CAMPOS, L. M. L. Aproximações a uma concepção histórico-crítica de objetivo do Ensino de Ciências Naturais. Debates em Educação, Maceió, v. 12, n. 26, p. 323- 341, 2020.
ROMANOWSKI, J. P.; ENS, R. T. As pesquisas denominadas do tipo “Estado da Arte” em Educação. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 06, n. 19, p. 37-50, 2006.
SALEM, S. Perfil, evolução e perspectivas da pesquisa em Ensino de Física no Brasil. Orientadora: Maria Regina Dubeux Kawamura. 2012. 385 f. Tese (Doutorado em Ensino de Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Campinas: Autores Associados, 2013.
SAVIANI, D. Crise estrutural, conjuntura nacional, coronavírus e educação – o desmonte da educação nacional. Revista Exitus, Santarfem, v. 10, n. 1, p. 1- 25, 2020.
SAVIANI, D.; GALVÃO, A. C. Educação na pandemia: a falácia do “ensino” remoto. Universidade e Sociedade, Brasília, n. 67, p. 36-49, 2021.
SILVA, M. M.; AMANDO, G. R.; OLIVEIRA, M. A. B.; CALCAGNOTTO, M. E.; HIDALGO, M. P. L. O impacto do ensino em ciência a adolescentes durante a pandemia da COVID-19. Revista Valore, Niterói, v. 5, p. 16-25, 2020.
SLONGO, I. I. P. A produção acadêmica em Ensino de Biologia: um estudo a partir de teses e dissertações. Orientador: Demétrio Delizoicov. 2004. 364 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.
SUN, H. T.; PRESSATO, D.; SOUZA, D. C.; CHAVES FILHO, F. H.; COELHO, L. J.; LIPORINI, T. Q.; DINIZ, R. E. Indicativos de concepções pós-modernas em pesquisas sobre visão de Ciência. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM
CIÊNCIAS, 12., 2019, Natal. Atas [...]. Natal: Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, ABRAPEC, 2019.
TAFFAREL, C. N. Z. Base Nacional Comum para Formação de Professores da Educação Básica (BNC-Formação): ocultar, silenciar, inverter para o capital dominar. Revista Formação em Movimento, Seropédica, v. 1, n. 2, p. 600-607, 2019.
TEIXEIRA, P. M. M. Pesquisa em Ensino de Biologia no Brasil [1972-2004]: um estudo baseado em dissertações e teses. Orientador: Jorge Megid Neto. 2008. 413 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de Campinas, Campinas, 2008.
TEIXEIRA, P. M. M. A diversidade de pesquisas de natureza interventiva dentro da produção acadêmica em Ensino de Biologia: uma análise teórico-metodológica. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 25, n. 1, p. 140-158, 2020.
TEIXEIRA, P. M. M.; MEGID NETO, J. O estado da arte da pesquisa em ensino de Biologia no Brasil: um panorama baseado na análise de dissertações e teses. Revista Electrónica de Enseñanza de lãs Ciencias, Espanha, v. 11, n. 2, p. 273–297, 2012.
TEIXEIRA, P. M. M.; MEGID NETO, J. Uma proposta de tipologia para pesquisas de natureza interventiva. Ciência & Educação, Bauru, v. 23, n. 4, p. 1055-1076, 2017a.
TEIXEIRA, P. M. M.; MEGID NETO, J. A produção acadêmica em ensino de biologia no Brasil – 40 anos (1972–2011): base institucional e tendências temáticas e metodológicas.
Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, p. 521–549, 2017b.
TEIXEIRA, P. M. M.; MEGID NETO, J. Sobre a pesquisa-ação nas dissertações e teses em Ensino de Biologia (1972-2011). Alexandria: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, Florianópolis, v. 11, n. 1, p. 283-308, 2018.
ZANK, D. C. T.; MALANCHEN, J. A Base Nacional Comum Curricular do ensino médio e o retorno da pedagogia das competências: uma análise baseada na pedagogia histórico-crítica. In: MALANCHEN, J.; MATOS, N. S. D.; ORSO, P. J. (org.). A pedagogia histórico-crítica, as políticas educacionais e a Base Nacional Comum Curricular. Campinas: Autores Associados, 2020. p. 131-160.