CARACTERIZAÇÃO DE NUTRICIONISTAS DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO TERCEIRIZADAS: DADOS DEMOGRÁFICOS, PERFIL DE ATUAÇÃO E PERCEPÇÃO DE BEM ESTAR.
Palavras-chave:
Restaurantes, gestão de recursos, serviços terceirizados, satisfação no emprego, área de atuação profissionalResumo
No cenário mundial, a emergência do campo da Nutrição é um fenômeno relativamente recente. A atuação do nutricionista em Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN) se dá pela harmonização entre clientes, materiais e recursos financeiros no planejamento e na produção de refeições. Este trabalho teve como objetivo caracterizar os nutricionistas de UANs que atuam em sistema de gestão terceirizada segundo dados demográficos, perfil de atuação e percepção de bem-estar. O estudo foi realizado com nutricionistas que atuam em sistema de gestão terceirizado, através da aplicação de um questionário disponibilizado por endereço eletrônico. Dentre os que responderam o questionário 65,2% são naturais do estado de São Paulo, com concentração de idade entre 20 e 30 anos (52,8%). Como principal atividade realizada pelo nutricionista, destacou-se o controle de custo, e a menor, atividades de educação nutricional. Estes profissionais valorizam a profissão (91%), mas não sentem seu trabalho valorizado (69,6%), inclusive financeiramente (88,8%). No que diz respeito às condições de trabalho, 39,3% declaram-se satisfeitos e 40,4% apenas às vezes. Conclui-se que os nutricionistas entrevistados valorizam a profissão, mas não se sentem valorizados quanto a sua atuação, nem valorizados financeiramente. Os mesmos consideram que as atividades administrativas ocupam muito tempo, em detrimento de outras ocupações.
Referências
ABREU, E.D; SPINELLI, M.G.N; PINTO, A.M. S. Gestão de Unidades de Alimentação e nutrição: um modo de fazer. 3.ed. São Paulo: Metha, 2013. 378p.
ALVES, E.; ROSSI, C. E.; VASCONCELOS, F. A. G.. Nutricionistas egressos da Universidade Federal de Santa Catarina: áreas de atuação, distribuição geográfica, índices de pós-graduação e de filiação aos órgãos de classe. Rev. Nutr., Campinas, v. 3, n. 16, p.295- 304, 07 set. 2003.
ANDRADE, L.P.; LIMA, E.S. A formação e a prática do nutricionista: o gênero nas entrelinhas. Nutrire: Rev Bras Alim Nutr.São Paulo, v.26,p.109-126, Dez.2003.
AKUTSU, R. C. C. A. Valores e bem-estar dos nutricionistas brasileiros. Tese de doutorado/ Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília. Brasília, 2008. 167 p.
AMATO NETO, J. Reestruturação industrial, terceirização e redes de subcontratação. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 33-42, mar./abr. 1995.
ANSALONI, J. A. Situação de Trabalho dos Nutricionistas em Empresas de Refeições Coletivas de Minas Gerais: trabalho técnico, supervisão ou gerência? Revista de Nutrição, Campinas, v. 12, n.3, p. 241-260, set./dez., 1999.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE REFEIÇÕES COLETIVAS (ABERC). Mercado Real. Disponível em <http://www.aberc.com.br/mercadoreal.asp?IDMenu=21>. Acesso em: 25 jul. 2012. BOOG, M.C.F; RODRIGUES, K.R.M; SILVA, S.M.F.; Situação profissional dos nutricionistas egressos da PUCCAMP. I. Áreas de atuação, estabilidade, abandono da profissão, desemprego. Revista de Nutrição da PUCCAMP. Campinas, v.1,n.2, p.139-152,
Jan/Jun, 1989. BRASIL. PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 66, DE 25 DE AGOSTO DE 2006. Altera os parâmetros nutricionais do Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT. Disponível em http://189.28.128.100/nutricao/docs/legislacao/portaria66_25_08_06.pdf. Acesso em: 11.jan.2016.
CALADO,C.L.A. A expansão do curso de nutrição no Brasil – CRN9. Disponível em: crn9.org.br/content/uploads/2014/09/expansao.pdf. Acesso em: 11.jan.2016.
CALADO,C.L.A. A expansão do curso de nutrição no Brasil e a nova Lei de Diretrizes e Bases LDB 2003. Acesso em 11.jan.2016.Disponível em:
<http://www.cfn.org.br/novosite/pdf/expansao.pdf>
CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Resolução CFN 380/2005. Atribuições do nutricionista por área de atuação. www.cfn.org.br. Acesso em 31. Ago. 2011.
CONSELHO FEDERAL DE NUTRIÇÃO. Inserção dos Nutricionistas no Brasil, 2006. Disponível em: http://www.cfn.org.br/novosite/pdf/pesquisa.pdf Acesso em: 09 abr. 2013.
GARCIA, G.F.B. Manual de direito do trabalho. 1. ed. São Paulo: Método, 2009.
GOMEZ, M.C; COSTA, T.S.M.F. Precarização do trabalho e desproteção social: desafios para a saúde coletiva. Rev C S Col. Rio de Janeiro, v.4, n.2, p.411-21, Jan. 1999.
MALLON, J; NEGRI, S. T.D. Processos de Terceirização em Serviços de Alimentação Coletiva. Disponível em: <http://www.racine.com.br/uan/portal-racine/alimentacao-e- nutricao/refeicao-coletiva/processos-de-terceirizacao-em-servicos-de-alimentacao-coletiva>. Acesso em: 11 set. 2011.
NÓBREGA, A. B. N. et al. Competências gerenciais do nutricionista gestor de unidades de alimentação e nutrição terceirizada. Revista Eletrônica do Mestrado em Administração da Universidade Potiguar.Natal, v.4, n.2, p.49-60, Abr/Set. 2012.
NUNES, S. R. L. O Papel do Nutricionista na Produção de Refeições para Coletividades. In: Simpósio Sul-Brasileiro de Alimentação e Nutrição: história, ciência e arte, 1, 2000,
Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, Departamento de Nutrição, 2000. p. 477-481
POCHMANN, M. O trabalho sob fogo cruzado: exclusão, desemprego, precarização no final do século. São Paulo: Contexto; 1999.
RODRIGUES, K. M; PERES. F; WAISSMANN, W. Condições de trabalho e perfil profissional dos nutricionistas egressos da Universidade Federal de Ouro Preto, Minas Gerais, entre 1994 e 2001. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v.12,n.4,p.1021-1031, Jul/Agost. 2007.
SOUSA, A. A. Saúde do trabalhador no processo de produção de alimentação coletiva. Florianópolis: NTR/UFSC, 1990. 32 f. (in mimeo).
VEIROS, M. B. Análise das condições de trabalho do nutricionista na atuação como promotor de saúde em uma unidade de alimentação e Nutrição: um estudo de caso. 2002. 211p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção – Área de Concentração Ergonômica) – Centro tecnológico - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.