A produção, o consumo e a composição química dos alimentos orgânicos

Autores

  • Ana Paula C. Rodrigues Ferraz Graduanda do Curso de Nutrição – Instituto de Biociências – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP – Botucatu. Autor
  • Jessica Moraes Malheiros Pós-Graduanda em Genética e Melhoramento Animal – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP – Jaboticabal. Autor
  • Renata Maria Galvão Cintra Professora Assistente Doutora do Curso de Nutrição – Centro de Estudos e Práticas em Nutrição – Instituto de Biociências – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP – Botucatu. Autor

Palavras-chave:

Alimentos orgânicos, valor nutricional, agricultura orgânica

Resumo

Os dados apresentados expõem aspectos básicos que definem os alimentos orgânicos e alguns fatores que influenciam no consumo pela população, ou seja, sua produção no país e as motivações para o consumo dos alimentos produzidos nesse sistema. Este tipo de produção, originado nas primeiras décadas no século 20, envolve atualmente aspectos ambientais, sociais e da saúde. Embora a preocupação com meio ambiente, seja muito evidenciada, a produção econômica e o potencial benéfico à saúde são os mais discutidos nesta descrição sobre os alimentos orgânicos. O Brasil, tem se destacado no crescimento deste tipo de agropecuária, no entanto ocupa a 6ª posição no mundo, e 2º produtor na América Latina, sendo grãos e hortaliças os principais produtos, embora a pecuária atinja a maior área. O consumo destes produtos é motivado principalmente pela percepção do alimento orgânico como mais saudável. No entanto, as pesquisas não são conclusivas sobre o maior valor nutricional, sendo concentração de nutriente, muitas vezes, inalteradas. Em contrapartida a presença de fitoquímicos e reduzido teor de pesticidas em vegetais, e o perfil de lipídios em produtos animais podem justificar os benefícios à saúde dos produtos obtidos do sistema orgânico de produção.

Referências

ALFAIA, C. P. M.; et al. Effect of feeding system on intramuscular fatty acids and conjugated linoleic acid isomers of beef cattle, with emphasis on their nutritional value and discriminatory ability. Food Chem., v. 114, p. 939-946, 2009.

ALMEIDA, D. L.; et al. Agricultura orgânica: instrumento para a sustentabilidade dos sistemas de produção e valoração de produtos agropecuários. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2000. 22 p. (Embrapa Agrobiologia. Documentos, 122). Disponível em: <http://www.cnpab.embrapa.br/publicacoes/download/doc122.pdf>. Acesso em: 29 jan. 2010

AVELAR, E. A. Mercado de alimentos orgânicos em Belo Horizonte – MG. 2012. 143 f. Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2012.

BARBÉ, L. C. Caracterização de consumidores e produtores dos produtos agroecológicos/orgânicos em Campos dos Goytacazes, RJ. 2009. 64 f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes, 2009.

BLANC, J. Family farmers and major retail chains in the Brazilian organic sector: Assessing new development pathways. A case study in a peri-urban district of São Paulo. J. Rural Stud., v. 25, p. 322-332, 2009.

BORGUINI, R.; TORRES, E. A. F. S. Alimentos orgânicos: qualidade nutritiva e segurança do alimento. Seg. Aliment. Nutr., v. 13, p. 64-75, 2006.

BORGUINI, R. G. Avaliação do potencial antioxidante e de algumas características físicoquímicas do tomate (Lycopersicon esculentum) orgânico em comparação ao convencional. 2006. 161f. Tese (Doutorado) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

BOURN, D.; PRESCOTT, J. A comparison of the nutritional value, sensory qualities, and food safety of organically and conventionally produced foods. Crit. Rev. Food Sci. Nutr., v. 42, p. 1-34, 2002.

BRASIL. Presidência da República. Lei no 10.831,. Dispõe sobre agricultura orgânica e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 2003. Secão1, p.11. Disponível em . Acesso em: 21 jan. 2010.

BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário 2006: Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação. Brasília, 2006. 777 p. Disponível

em:<http://www.prefiraorganicos.com.br/media/31564/censo_agropecuario_referente_a_agricultura_organica_fonte_ibge_2006.doc>. Acesso em: 28 jan. 2010.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Cadeia produtiva dos produtos orgânicos. Brasília, 2007. Disponível em:<http://www.ibraf.org.br/.../Cadeia_Produtiva_de_Produtos_Orgânicos> Acesso em 29 mai.2013.

BUTLER, G.; et al. Fat composition of organic and conventional retail milk in northeast England. J. Dairy Sci., v. 94, p. 24-36, 2011.

CARBONARO, M.; et al. Modulation of antioxidant compounds in organic vs conventional fruit (Peach, Prunus persica L., and Pear, (Pyrus communis L.). J. Agric. Food Chem., v. 50, p. 5458- 5462, 2002.

CARIS-VEYRAT, C.; et al. influence of organic versus conventional agricultural practice on the antioxidant microconstituent content of tomatoes and purees; consequences on antioxidant plasma status in humans. J. Agric. Food Chem., v. 52, p. 6503-6509, 2004.

CARVALHO, E. B. T.; MELO, I. L. P.; MACINI-FILHO, J. Chemical and physiological aspects of isomers of conjugated fatty acids. Ciênc. Tecnol. Aliment., v. 30, p. 295-307, 2010.

CASTROMÁN, G.; et al. Organic and conventional chicken meat produced in Uruguay: colour, ph, fatty acids composition and oxidative status. Am. J. Food Nutr., v. 1, p. 12-21, 2013.

COLLINS, A. R. Oxidative DNA damage, antioxidants, and cancer. Bioassays, v. 21, p. 238-146, 1999.

ELLIS, K. A.; et al. Comparing the fatty acid composition of organic and conventional milk. J. Dairy Sci., v. 89, p. 1938-1950, 2006.

FANTI, M. G. N.; et al. Contribuição ao estudo das características físico-químicas e da fração lipídica do leite orgânico. Ciênc. Tecnol. Aliment., v. 28, p. 60-65, 2008.

FERREIRA, S. M. R.; et al. Qualidade de tomate de mesa cultivado nos sistemas convencional e orgânico. Ciênc. Tecnol. Aliment., v.30, p.224-230, 2010.

FLATEN, O.; LIEN, G.; KOESLING, M.; LOES, A. K. Norwegian farmers ceasing certified organic production: characteristics and reasons. J. Environ. Manag., v. 91, n. 12, p. 2717-2726, 2010.

HALLIWELL, B.; GUTTERIDGE, J. M. C. Free radical in medicine and biology. 2. ed. London: Claredon Press, 1989. 543p.

HO, C.T. Phenolic compounds in foods: an overview. In: HUANG, M.T.; HO, C.T.; LEE, C.Y. (Ed.). Phenolic compounds in food and their effects on health II. Washington: American Chemical Society, 1992. p. 2-7. (ACS Symposium Series, 507).

JAHAN, K.; PATERSON, A.; SPICKETT, C. M. Fatty acid composition, antioxidants and lipidoxidation in chicken breasts from different production regimes. Int. J. Food Sci. Technol., v. 39, p.443-445, 2004.

LAIRON, D. Nutritional quality and safety of organic food. A review. Agron. Sustain. Dev., v. 30, p. 33-41, 2010.

LEHESKA, J. M.; et al. Effects of conventional and grass-feeding systems on the nutrient composition of beef. J. Anim. Sci., v.86, p.3575-3585, 2008.

LIMA, G. P. P.; VIANELO, F. Review on main differences between organic and conventional plantbased foods. Int. J. Food Sci. Technol., v. 46, p.1-11, 2011.

LINN, S. DNA damage and stress responses caudes by oxygen radicals. In: SPATZ, L.; BLOOM, A.D. (Ed.). Biological consequences of oxidative stress: implications for cardiovascular disease and carcinogenesis. New York: Oxford University Press, 1992. p. 107-120.

NUERNBERG, K.; et al. N-3 fatty acids and conjugated linoleic acids of in beef cattle. Eur. J. Lipid Sci. Technol., v. 104, p. 463-471, 2002.

OLIVEIRA, B. M. L. A produção de alimentos orgânicos pela rede de pequenas agroindústrias familiares da AGRECO em Santa Rosa de Lima e Rio Fortuna, SC. 2004. 168 f. Dissertação (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.

ORGANIC FOOD --eat the emotion, but question the evidence. Lancet, v. 374, n. 9688, p. 428, 2009. Editorial.

ORGANIZACIÓN DE LAS NACIONES UNIDAS PARA LA AGRICULTURA Y LA ALIMENTACIÓN. Organización Mundial de la Salud. Programa Conjunto FAO/OMS sobre as Normas Alimentarias Comisión del Codex alimentarius. Codex Alimentarium: alimentos producidos orgánicamente. Roma: FAO, 2001.

PINHO, A. P. S.; et al. Perfil lipídico da gordura intramuscular de cortes e marcas comerciais de carne bovina. Rev. Bras. Zootec., v.40, p.1134-1142, 2011.

ROITNER-SCHOBESBERGER, B.; DARNHOFER, I.; SOMSOOK, S.; VOGL, C. R. Consumer perceptions of organic foods in Bangkok, Thailand. Food Policy, v. 33, n. 1, p. 112-121, 2008.

ROSSETTO, M. R. M.; VIANELLO, F.; ROCHA, S. A; LIMA, G. P. P Antioxidant substances and pesticide in parts of beet organic and conventional manure. Afr. J. Plant Sci., v. 3, p. 245-253, 2009.

SALAS-SALVADO, J.; MARQUEZ-SANDOVAL, F.; BULLO, M. Conjugated linoleic acid intake in humans: a systematic review focusing on its effect on body composition, glucose, and lipid metabolism. Crit. Rev. Food Sci. Nutr., v. 46, p. 479-488, 2006.

SCHMIDT, V. D. B. Consumidores urbanos e agricultura orgânica: entre discurso, intenção e gesto. 2004. 98 f. Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.

SUGIMOTO, L. Estudo revela complexidade do trabalho na agricultura orgânica. Jornal da Unicamp, Campinas, 31 mar. 2008. p. 5.

SILVA, D. M.; CAMARA, M. R. G.; DALMAS, J. C. Produtos orgânicos: barreiras para a disseminação do consumo de produtos orgânicos no varejo de supermercados em Londrina, PR. Semina: Ciênc. Soc. Hum., v. 26, n. 1, p. 95-104, 2005.

SIMOPOULOS, A. P. The importance of the omega-6/omega-3 fatty acid ratio in cardiovascular disease and other chronic diseases. Exp. Biol. Med., v. 233, p. 674-688, 2008.

SOARES, L. L. S.; DELIZA, R.; OLIVEIRA, S. P. The Brazilian consumer’s understanding and perceptions of organic vegetables: a Focus Group approach. Ciênc. Tecnol. Alimentos, v. 28, n. 1, p. 241-246, 2008.

STOLZ, H.; et al. Consumer attitudes towards organic versus conventional food with specific quality attributes. NJAS – Wageningen J. Life Sci., v. 58, n. 3/4, p. 67-72, 2010.

TANNENBAUM, S. R.; CORREA, P. Nitrate and gastric câncer. Nature v.317, p675-676, 1985.

TOASSA, E. C.; et al. Alimentos orgânicos e o meio ambiente. Nutrire: Rev. Soc Bras. Alim.Nutr., v. 34, n. 1, p. 175-184, 2009.

TOLEDO, P.; ANDRÉN, A.; BJÖRCK, L. Composition of raw milk from sustainable production systems. Int. Dairy J., v. 12, n. 1, p. 75-80, 2002.

TORJUSEN, H.; LIEBLEIN, G.; WANDEL, M.; FRANCIS, C. A. Food system orientation and quality perception among consumers and producers of organic food in Hedmark County, Norway. Food Qual. Prefer., v. 12, p. 207-216, 2001.

VEBERIC, R..; et al. Phenolic compounds in some apple (Malus domestica Borkh) cultivars of organic and integrated production. J. Sci. Food Agricult., v. 85, p. 1687-1694, 2005.

WILLER, H.; YUSSEFI, M. The world of organic agriculture: statistics and emerging trends. Bonn: International Federation of Organic Agriculture Movements, 2007. Disponível em: <http://www.ifoam.org>. Acesso em: 29 mar. 2011.

WIER, M.; JENSEN, K. O.; ANDERSEN, L. M.; MILLOCK, K. The character of demand in mature organic food markets: Great Britain and Denmark compared. Food Policy, v. 33, p. 406–421, 2008. Disponível em; . Acesso em: 02 fev 2010.

YIRIDOE, E. K.; BONTI-ANKOMAH, S. MARTIN, R. C. Comparison of consumer perception and preference toward organic versus conventionally produced foods: A review and update of the literature. Renew. Agric. Food. Syst., v. 20, p. 193-205, 2005.

YOUNG, J. E.; et al. Phytochemical phenolics in organically grow vegetables. Mol. Nutr. Food Res., v. 49, p. 1136-1142, 2005

Downloads

Publicado

2025-11-14