NEUROFENOMENOLOGIA E MEDITAÇÃO: BREVES APONTAMENTOS PARA O DIÁLOGO ENTRE PRÁTICAS CONTEMPLATIVAS E AS CIÊNCIAS COGNITIVAS ENATIVISTAS NO SÉCULO XXI A PARTIR DA NOÇÃO EMERGENTISTA DE DETERMINAÇÃO DESCENDENTE

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Leonardo Ferreira Almada

Resumo

A partir de uma investigação dos rudimentos teóricos, estruturais, metodológicos e conceituais da neurofenomenologia desenvolvida por Francisco Javier Varela, busco, em um primeiro momento, averiguar a possibilidade um modelo teórico cuja finalidade consista na integração entre a experiência subjetiva e a dinâmica cerebral. Ao estudo acerca do diagnóstico fundamental da neurofenomenologia — a saber, da interpretação que Varela oferece à posição teórica e metodológica de Chalmers para o chamado ‘problema difícil’ da consciência — associo a concepção de determinação descendente que tomo de empréstimo dos emergentistas. Minha intenção é a de demonstrar que a noção de determinação descendente — tal qual exemplificada na prática meditativa — muito pode contribuir para a consolidação de uma perspectiva teórica para o problema das relações mente-corpo-vida que esteja para além dos alcances teóricos, estruturais, metodológicos e conceituais do tão
aclamado hiato explicativo. Crendo que a meditação traz consigo a possibilidade de preencher, em nível fenomenológico, a lacuna mente-corpo, avanço para a investigação dos elementos por meio dos quais o budismo e a fenomenologia podem mutuamente beneficiar as ciências cognitivas, pressupondo, nesse sentido, não as limitações, mas possibilidades e os alcances do método introspectivo, à exemplo do que Varela anteriormente realizou em sua neurofenomenologia.

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