CRÍTICAS À IRREALIDADE DO TEMPO DE JOHN MCTAGGART

Conteúdo do artigo principal

Augusto Simões Cunha

Resumo

John E. McTaggart não existe, nem é real. O filósofo mitificou o tempo e asseverou que o tempo era irreal. Na mitologia grega, Chronos é o rei dos titãs e o deus do tempo inexpugnável, que a tudo devora, inclusive a realidade de McTaggart. O filósofo apresenta duas maneiras de se distinguir posições no tempo: as Séries A e B. Na Série A, os eventos ocorrem no tempo com as noções de passado, presente e futuro, mudando sua posição temporal e o valor lógico de verdade das proposições que descrevem os eventos. Já a Série B é estática e não permite a mudança no valor de verdade das proposições que descrevem os eventos: anteriores, posteriores ou simultâneos. A realidade das Séries A e B levariam a uma contradição, devendo ser rejeitadas. Nada muda, nem seria, realmente, passado, presente e futuro. A filosofia teísta de Martin Luther King Jr rejeita a irrealidade do tempo de McTaggart. Para Dean W. Zimmerman, caso se sustente que Deus existia inscrito no tempo e fosse imutável antes da criação, a relação necessária de McTaggart entre tempo e mudança estaria descartada ab initio. Mas para McTaggart, o Homem (ou a alma) é eterno e real. A lacuna explicativa de McTaggart, tendo de um lado o tempo irreal e, de outro, a eternidade do Homem, é preenchida pelo Sāṁkhya (uma filosofia indiana), que distingue tempos e espaços absolutos e relativos.

Detalhes do artigo

Seção
Artigos